sábado, setembro 15, 2007

Cinema - Metropolis


Considerado por muitos o primeiro filme de ficção científica, Metropolis, de Fritz Lang, é uma obra-prima do gênero. Lançado em 1927, com mais de três horas de duração (a versão original não existe mais), o filme é uma espécie de visão de futuro do diretor. Lang pensara numa cidade industrial onde os ricos exploravam os operários, que eram obrigados a trabalhar mais de dez horas por dia.

Metropolis é uma cidade comandada por Joh Fredersen (Alfred Abel), onde os operários eram obrigados a cumprir longas jornadas diárias de trabalho a fim de que as máquinas não parassem. Certo dia, seu filho Freder (Gustav Fröhlich) descobre planos de uma possível rebelião e decide descer até a cidade dos operários (a classe dominante vivia acima dessa cidade). Lá, percebeu como eram desumanas as condições de trabalho. Nesse local, ele conhece Maria (Brigitte Helm), por quem se apaixona, a líder que articula junto com os operários uma reação baseada na paz, diferentemente do que pensara o filho de Fredersen.

Sabendo dos planos dos operários, Joh Fredersen pede ajuda a Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), que trabalha na construção de um robô para substituir os homens no processo de produção. O cientista captura Maria e faz um robô à sua imagem e semelhança para que incite os operários à discórdia, tornando Freder o único mediador capaz de levar paz à cidade e conciliar os dois lados - capital e trabalho.

Infelizmente, Lang não acreditava na luta de classes. O desfecho dado ao filme, mostra que, para ele, a redução das desigualdades no então capitalismo industrial só seria possível com certa bondade dos empresários, que deveriam ser mais responsáveis a fim de manter o equilíbrio social. Trata-se de uma visão, até certo ponto, ingênua, idealizada, romantizada.

Porém, os traços futuristas presentes no filme são impressionantes. A direção é impecável, o desenho de produção, formidável. Influenciou, de alguma forma, todos os filmes de ficção científica feitos posteriormente. Apesar das divergências ideológicas com o filme, reconheço que é um clássico (dos maiores do expressionismo alemão) que merece ser visto por todos aqueles que amam a sétima arte.

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